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CRM-MT suspende registro de médico acusado matar idoso

O médico Bruno Gemilaki Dal Poz, de 28 anos, foi suspenso pelo Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso, na terça-feira (21). O profissional é réu por dois homicídios e duas tentativas de homicídios, ocorridos em Peixoto de Azevedo.

Os mortos foram Pilson Pereira da Silva e Rui Luiz Bogo, e os sobreviventes Enerci Afonso Lavall, alvo do ataque, e o padre José Roberto Domingos.

Em nota, a entidade relatou que a decisão foi unânime. O CRM ainda citou que a suspensão se deu pelo “fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão médica”.

“A análise do caso por parte dos conselheiros observou tanto a ação de Bruno, apontado pelo Ministério Público como um dos autores dos crimes, quanto sua omissão ao não prestar socorro às vítimas”, consta na nota.

Bruno se formou pelo Centro Universitário Uninorte, em Rio Branco (AC), em 2020. Ele atuava em Mato Grosso e também no Estado de São Paulo.

O caso ocorreu, segundo a Polícia Civil, por vingança de Inês Gemilaki, mãe de Bruno, após um desentendimento com o antigo locatário de quem alugava uma casa. 

A briga se arrastou até a Justiça, após Enerci, proprietário da casa, acusar Inês de ter deixado o imóvel em mau estado ao fim do contrato.

Mesmo depois de vencer o processo, Inês se juntou com seu filho e seu cunhado, Eder Gonçalves Rodrigues, e cometeram os homicídios.

O crime

Na tarde de 21 de abril, Bruno, Inês e Eder foram até a residência onde estava Enerci, no Bairro Alvorada, mataram Pilson e Rui e feriram Enerci e José Roberto.

O crime foi filmado por câmeras de segurança, e as imagens mostram Inês portando um revólver, enquanto seu filho, o médico Bruno, segura uma espingarda.

Nos vídeos é possível ver que a mulher entrou na casa e atirou em uma das vítimas, que estava deitada no chão, a poucos metros de distância.

Depois ela foi até outros dois homens, que se esconderam atrás do sofá, e apontou a arma para um deles. Não é possível ver se ela atirou na segunda vítima.

Após os assassinatos, a família fugiu em uma Ford Ranger. Eder, que também aparece armado nas filmagens, teria auxiliado na fuga. 

Leia a nota na íntegra:

“O Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) informa à sociedade que, nesta terça-feira (21), analisou a recomendação de interdição cautelar do médico Bruno Gemilaki Dal Poz, denunciado pelo Ministério Público por participar de quatro homicídios qualificados, sendo dois consumados e dois tentados, no município de Peixoto de Azevedo, em 21 de abril deste ano.

Por unanimidade, os conselheiros aprovaram interdição cautelar total do exercício profissional do médico por entenderem que o seu envolvimento nos crimes que ocorreram em Peixoto de Azevedo resulta em fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao prestígio e bom conceito da profissão médica, circunstância que autoriza a aplicação da interdição cautelar, conforme prevê o art.. 30 do Código de Processo Ético-Profissional.

A análise do caso por parte dos conselheiros observou tanto a ação de Bruno, apontado pelo Ministério Público como um dos autores dos crimes, quanto sua omissão ao não prestar socorro às vítimas.

A suspensão do exercício profissional do médico passa a valer imediatamente após o Conselho Federal de Medicina referendar a decisão do CRM-MT”.

Fonte: midianews.com.br