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“Não há limite seguro para o consumo de álcool”, diz especialista da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer

Em reunião sobre a epidemiologia do câncer na sala da Congregação da FSP-USP, a Dra. Elisabete Weiderpass, diretora da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC, na sigla em inglês), mostrou que “não há limite seguro ou aceitável para o consumo de álcool em relação ao câncer”.

O tema, embora discutido em abril de 2024, não poderia ser mais atual, já que em épocas festivas do ano, o álcool é também a causa de mortes violentas no trânsito e também por homicídios, suicídios e acidentes de trabalho, como lembrou a especialista durante sua visita à faculdade. 

A cientista defende de forma veemente a redução da aceitação social do álcool. O IARC é uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) responsável por produzir ciência e compilar todo o conhecimento científico de diagnóstico precoce de câncer. Além disso, é o organismo que cuida do fomento das políticas mundiais de saúde na área da prevenção do câncer e também tem conduzido diretrizes aos países voltadas à questão da aceitação social do álcool. 

“Até pouco tempo atrás, a comunidade científica que trabalha com problemas cardiovasculares e diabetes acreditava que um consumo moderado teria efeitos benéficos. Mas estudos maiores e com metodologias mais aprimoradas e recentes não confirmam isso. De fato, demonstram que o álcool é deletério não só para a saúde física, mas também para a saúde mental”, afirmou. 

Lembra também dos problemas hepáticos, renais, cardiovasculares, acidentes no trabalho e no trânsito, mortes violentas (homicídios, suicídios) e defende de forma veemente a redução da aceitação social do álcool.

A reunião contou com a presença de Roger Chammas, Professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Centro de Estudos e Tecnologias Convergentes para Oncologia de Precisão da USP, e também do Professor José Leopoldo Antunes, diretor da FSP-USP.

Orientadora do Programa de Pós-graduação em Epidemiologia da FSP-USP, Elisabete é especialista em cânceres femininos -mama, colo uterino, endométrio, ovário- e tem experiência no estabelecimento de programas de rastreamento e diagnóstico precoce de cânceres femininos.

Segundo o Prof. Antunes, Elisabete foi a primeira mulher e a primeira pessoa brasileira a presidir a IARC, instituição de grande importância para a saúde pública.

Fonte: FSP-USP