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Infecções por influenza A crescem entre idosos; veja os cuidados

MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

A Influenza A  se tornou a  principal causa de hospitalizações e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre idosos no Brasil. É o que aponta a última edição do Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na quinta-feira passada (29).

De acordo com o informe, nas quatro últimas semanas, 72,5% dos óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) foram causados pelo vírus da gripe.

O boletim aponta que já foram notificados 75.257 casos de SRAG só no ano de 2025. Destes, 36.622 (48,7%) tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 27.275 (36,2%) negativos e ao menos 6.363 (8,5%) aguardam resultado laboratorial.

Idosos são os que mais se vacinam, mas índice está abaixo do esperado

De acordo com o painel de monitoramento de vacinação contra a Influenza A, do Ministério da Saúde, o público idoso é o que mais se vacinou contra a gripe até agora.

No entanto, o índice aponta, ainda, uma baixa adesão à vacinação: dos mais de 32 milhões de idosos na população-alvo, apenas 12,4 milhões foram vacinados até o momento. Isso representa uma cobertura vacinal de apenas 38,83%.

Por que idosos são mais suscetíveis?

Em entrevista ao Portal iG, o médico infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Filipe Prohaska Batista, explica que o envelhecimento traz uma série de fatores que tornam os idosos mais suscetíveis às complicações da gripe e de outras infecções respiratórias.

Além da fragilidade natural do sistema imunológico, que passa a responder de forma menos eficiente às ameaças, há o agravante das comorbidades, comuns nessa faixa etária.

“Hipertensão, diabetes, colesterol desregulado, doença renal e cardíaca são situações que já aumentam os riscos das doenças respiratórias. Porque além de você ter um quadro da doença viral, você tem a descompensação dos quadros de base”, diz o especialista.

Outro fator apontado pelo médico é o que chamamos de imunossenescência.

“É a resposta imunológica que vai diminuindo de acordo com a idade. Por isso a necessidade de doses adicionais de vacina quando você passa dos 60 anos. É a necessidade de conseguir gerar imunidade mais prolongada. Já que para pessoas que têm o sistema imunológico funcionando plenamente na infância, uma dose tende a ser suficiente”, explica o médico.

Para a prevenção, o médico ressalta as estratégias que vão além da vacinação. Além de manter as doenças de base controladas, como diabetes e hipertensão, adotar uma alimentação balanceada e praticar atividades físicas são fatores essenciais. Além disso, é importante evitar locais com aglomeração, sobretudo nos períodos de alta circulação viral.

Fonte: Portal IG