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Entidades de Mato Grosso destacam importância de priorizar a vacinação contra a dengue para idosos

Pessoas com 60 anos ou mais representam mais de metade das mortes por dengue em 2024

A crescente preocupação com o aumento de casos de dengue, zika e chikungunya em Mato Grosso impulsiona entidades de defesa dos direitos dos idosos a alertar sobre a importância da vacinação específica para essa faixa etária. Recentemente, Várzea Grande declarou estado de emergência em saúde pública devido ao alarmante aumento de infecções. O painel InfoDengue da cidade indica que, em dezembro de 2024, foram registrados 163 casos de dengue, e em apenas 15 dias de janeiro de 2025, já soma-se uma estimativa de 313 casos.

Em Cuiabá, a capital do estado, a situação é ainda mais preocupante. O Boletim Epidemiológico, que analisa o período de 29 de dezembro a 18 de janeiro, reportou um aumento de 204,5% nos casos confirmados de dengue e um impressionante crescimento de 1.913,3% nos casos de chikungunya em comparação ao ano anterior. Diante desse cenário, Cuiabá também decretou estado de emergência na área da Saúde Pública, visando conter o risco de epidemias de arboviroses.

Representantes de entidades que defendem os direitos dos idosos, como o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (Cededipi-MT) e o Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Mato Grosso (Sindapi-MT), expressaram grave preocupação em relação ao impacto da dengue na população idosa. Isandir Rezende, presidente do Cededipi-MT, afirma: “Precisamos urgentemente melhorar nossas políticas de vacinação. Os idosos são os mais vulneráveis e representam mais da metade das mortes provocadas pela dengue no último ano. Uma vacina segura e eficaz é fundamental para proteger essa população”.

O presidente do Sindapi-MT, Francisco Delmondes Bentinho, também enfatiza a necessidade de priorizar a vacinação. “A situação é alarmante. Questionamos a rapidez da campanha de vacinação e a eficácia das medidas já implementadas. É imprescindível que os idosos recebam atenção especial neste contexto”. 

Além disso, é importante destacar que, no ano passado, as pessoas com 60 anos ou mais representaram mais de metade das mortes pela doença no país, evidenciando a vulnerabilidade dessa faixa etária e a necessidade de medidas de proteção e atenção especial para essa população.

Em resposta à crise, o Instituto Butantan anunciou a possibilidade de iniciar um estudo no segundo semestre de 2025, visando avaliar a eficácia de sua vacina contra dengue, a Butantan-DV, em pessoas com 60 anos ou mais. Essa notícia foi divulgada por Esper Kallás, diretor do instituto, durante a abertura do Centro de Operações de Emergências (COE) contra o Aedes Aegypti.

A urgente necessidade de proteção das pessoas idosas é evidente, e a priorização da vacinação contra a dengue pode fazer a diferença na luta contra essa ameaça crescente à saúde pública. As autoridades de saúde, juntamente com as entidades proativas, devem trabalhar em conjunto para garantir que essa população vulnerável tenha acesso à imunização que pode salvar vidas e prevenir surtos futuros.