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Viver 150 anos ainda neste século? Conversa entre Putin e Xi sobre longevidade já está na mesa dos cientistas; entenda

Mulher idosa alegre e sorrindo — Foto: Pexels

Você viveria 150 anos? Essa ideia, mais próxima da ficção científica do que da realidade, ganhou contornos de plausibilidade após uma conversa entre os presidentes Vladimir Putin e Xi Jinping, captada por um microfone aberto durante uma parada militar em Pequim no início de setembro. Aos 72 anos, Putin afirmou que, com os avanços da biotecnologia e transplantes de órgãos, seria possível alcançar a imortalidade. Xi, por sua vez, destacou que alguns estudos indicam que humanos poderiam viver até 150 anos ainda neste século.

Embora a conversa tenha ocorrido em um contexto político, ela reflete um debate crescente sobre longevidade extrema. No Brasil, por exemplo, a expectativa de vida saltou de 35 anos em 1925 para 76,4 anos em 2025, graças a melhorias em saneamento, antibióticos e vacinas, de acordo com o geriatra Carlos André Freitas dos Santos, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp e PhD em Ciências da Saúde. Contudo, o recorde mundial permanece com a francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos e 164 dias, a maior idade já verificada.

Cientistas como o geneticista David Sinclair, da Universidade de Harvard, acreditam que é possível estender a vida humana para 150 anos. Ele lidera pesquisas sobre reprogramação epigenética, um processo que “reseta” o relógio biológico das células sem alterar o DNA. Experimentos com camundongos e macacos mostraram rejuvenescimento celular e melhorias na função física. A primeira fase dos testes clínicos em humanos está prevista para janeiro de 2026, focada em doenças oculares, segundo a Harvard Gazette.

Além disso, o microbiologista português João Pedro de Magalhães, da Universidade de Birmingham, estuda organismos que não envelhecem, como algumas espécies de tartarugas e peixes. Ele acredita que, com o avanço da tecnologia, a humanidade poderia viver até 1.000 ou até 20.000 anos.

No entanto, especialistas alertam para os desafios éticos e sociais dessa busca pela longevidade. O gerontologista S. Jay Olshansky ressaltou, ao Infobae, que “não basta viver mais, é preciso viver bem”. Além disso, há preocupações sobre o acesso desigual a essas tecnologias e os impactos econômicos e sociais de uma população mais longeva.

Enquanto isso, regiões conhecidas como “zonas azuis”, como partes do Japão, Itália e Costa Rica, mostram que uma vida longa e saudável pode ser alcançada com alimentação balanceada, convívio social e baixos níveis de estresse. A expectativa de vida nessas áreas ultrapassa os 80 anos, destacando que, além da ciência, o estilo de vida desempenha um papel crucial na longevidade.

Portanto, embora a ideia de viver 150 anos ainda pareça distante, os avanços científicos e as escolhas de estilo de vida podem nos aproximar cada vez mais dessa possibilidade. Quem sabe, no futuro, possamos celebrar aniversários centenários com saúde e vitalidade renovadas. Já pensou?

Fonte: O Globo