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Labirintite acomete até 65% dos idosos e coloca em risco a direção veicular

No Brasil, estima-se que cerca de 33% da população vá experimentar sintomas de labirintite em algum momento da vida. A doença, que acomete com mais frequência pessoas acima dos 40 anos, se torna mais recorrente na terceira idade, podendo atingir até 65% dos idosos.

Os dados são da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e da Unifesp e foram analisados pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego do RS (ABRAMET/RS), já que afetam diretamente a capacidade de realizar atividades cotidianas, como caminhar, se manter em pé e, principalmente, dirigir.

A direção veicular pode ser extremamente perigosa para quem sofre de labirintite, especialmente na terceira idade, alerta o presidente da ABRAMET/RS e especialista em Medicina do Tráfego,  Ricardo Hegele.

“Durante uma crise de vertigem, a perda repentina do controle sobre os sentidos e o equilíbrio, coloca em risco tanto o motorista quanto outros usuários das vias. A visão turva, desorientação e reflexos comprometidos aumentam o potencial de sinistros de trânsito graves. Por isso, é imprescindível que pessoas diagnosticadas com labirintite evitem dirigir durante as crises e busquem tratamento médico adequado”, explica e, acrescenta, que “os idosos já apresentam uma redução natural da sua capacidade física e mental e, assim, somados às crises de labirintite os riscos aumentam em relação à direção veicular”, diz Hegele.

Entenda a doença

A labirintite é uma inflamação no labirinto, uma estrutura localizada no ouvido interno, responsável pelo equilíbrio e audição. Entre as principais causas da labirintite estão infecções virais e bacterianas, como gripes e resfriados, além de traumas na cabeça, alergias e até distúrbios circulatórios. Fatores como estresse excessivo e consumo de álcool também podem agravar a condição. Os principais sintomas incluem tontura, vertigem, perda de equilíbrio, náuseas e zumbido.

O acompanhamento médico e o controle da labirintite são essenciais. Embora nem todos os casos resultem em crises constantes, o impacto dessa condição na vida de quem dirige pode ser significativo, especialmente se não houver acompanhamento por um especialista.

Por essa razão, a ABRAMET/RS informa sobre a prevenção e o tratamento adequado para que o ato de dirigir não seja uma privação na vida das pessoas acometidas pela doença, já que a mobilidade humana faz parte do nosso dia a dia.

Tratamento e Prevenção

O tratamento da labirintite envolve medicações para aliviar os sintomas de vertigem e náuseas, como antivertiginosos, anti-inflamatórios e antibióticos (em casos de infecções bacterianas). Além disso, a reabilitação, com exercícios específicos para reeducar o equilíbrio, é altamente recomendada. Controlar fatores de risco, como manter uma alimentação saudável, evitar álcool e cigarro e gerenciar o estresse, também são práticas preventivas importantes.

“Dirigir com labirintite pode ser extremamente arriscado, por isso nunca negligencie os cuidados. Caso apresente sintomas, a recomendação é suspender a direção até a estabilização da condição e buscar auxílio médico para um tratamento eficaz. Durante as crises, opte por alternativas seguras de transporte, como aplicativos de viagens, ônibus ou carona segura”, diz Hegele.

Fonte: Jornal Estado de Minas