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De crianças a idosos, confira os principais cuidados com a saúde durante ondas de calor

O País enfrenta uma nova onda de calor, prevista para durar até terça-feira, 18, segundo a Climatempo. Nos próximos dias, cidades de diferentes regiões devem registrar temperaturas máximas iguais ou acima de 30 °C, conforme dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Esse cenário pode gerar impactos à saúde, como desidratação, dores de cabeça e quadros de pressão baixa. O calor extremo também está relacionado a um risco maior de problemas cardiovasculares.

A seguir, listamos alguns cuidados para minimizar o desconforto e possíveis consequências das altas temperaturas.

Hidratação

“A hidratação do corpo é importante para regular a digestão, eliminação de substância tóxicas ou em excesso, absorção dos nutrientes dos alimentos e até para melhora da circulação sanguínea. E ainda previne câimbras, melhora a resistência, previne a fadiga”, ressaltou a nutricionista Clariana Colaço em entrevista ao Estadão.

Nesse sentido, é importante beber água com frequência e estar atendo aos sinais de desidratação. A condição tem entre seus sintomas urina escura e com cheiro forte, boca seca, saliva espessa, olhos sem lágrimas e, especialmente em idosos, alteração do nível de consciência.

Além da ingestão de líquidos, o consumo de frutas também pode ajudar a manter o corpo hidratado, já que muitas delas têm mais de 90% de água em sua composição e nutrientes que beneficiam diferentes sistemas do corpo. Algumas frutas indicadas são: melão, melancia, morango, laranja, mamão papaia, abacaxi e coco.

Alimentação

Também é indicado ter uma alimentação mais leve, rica em alimentos frescos. Para repor sais minerais importantes que são perdidos pelo suor, como potássio, uma dica é apostar em opções como castanhas, batata doce, abacate e bananas.

Roupas

O ideal é usar roupas mais leves e soltas. Um tecido recomendado é o algodão. Ele pode reduzir dermatites relacionadas ao calor e absorver a transpiração. Roupas esportivas também são uma boa opção.

Queimaduras

O uso do protetor solar é indispensável para minimizar os danos causados pela radiação ultravioleta (UV). Ele deve ser reaplicado a cada duas horas ou após transpiração intensa. Outro cuidado com a pele é a utilização de roupas com proteção UV em momentos de exposição ao sol.

Exercícios

Os exercícios físicos são grandes aliados no processo de fortalecimento do corpo, mas a prática ao ar livre é desaconselhada entre 10h e 18h, período de calor mais intenso. Além do risco de desidratação, o corpo pode superaquecer, levando a suor excessivo, cãibras, tontura, dor de cabeça e taquicardia. A condição é chamada de estresse térmico.

Clariana recomenda beber de 150 a 350 ml de líquidos a cada 20 minutos de exercício. “A reposição dos líquidos deve se aproximar das perdas do suor e até da urina. Em dias quentes, você pode suar mais e ir menos ao banheiro e é preciso ficar atento para compensar essas perdas por diferentes meios”.

E aqui vale um alerta: os isotônicos devem ser consumidos com moderação. “Grande parte dos disponíveis no mercado contém açúcar, o que em excesso não é saudável. Além disso, o consumo excessivo de isotônicos pode levar a uma condição chamada desidratação hipotônica, na qual há um desequilíbrio entre a quantidade de água e eletrólitos no corpo”, afirmou a nutricionista Thais de Azevedo em entrevista ao Estadão.

Bebês

Nem sempre é fácil saber se os bebês estão com calor. Geralmente, o aumento da irritabilidade e o choro são os principais sinais de que existe um desconforto térmico nos pequenos, mais vulneráveis à desidratação.

É recomendado ficar atento a algumas questões, como fraldas mais secas. “Se a criança ficar de seis a oito horas sem fazer xixi, já é preocupante”, destacou a pediatra Tatiana Cicerelli.

Outro sinal importante é o afundamento da moleira, como é chamada a área da cabeça que não tem cobertura óssea nos primeiros meses de vida. Os olhos podem ficar mais encurvados e a boca mais seca. Caso isso seja notado, é importante aumentar a oferta de líquido e, caso os sinais não melhorem, procurar um médico.

Para aliviar o calor, não há limite para a quantidade de banhos, mas o recomendado é só usar shampoo e sabonete em um deles para não irritar a pele da criança.

Na hora de dormir, o ar condicionado pode ser usado, porém com alguns cuidados. O equipamento deve ser ligado minutos antes de o bebê ir para o quarto e deve ficar em torno dos 23 ºC. Ele pode permanecer ligado ao longo da noite, mas o vento não deve estar direcionado para o bebê. O mesmo se aplica a ventiladores. Eles nunca devem ser apontados diretamente para a criança. O vento deve ficar voltado para cima ou para alguma parede.

Idosos

Os idosos também são mais vulneráveis à desidratação e a quadros de hipertermia. “É comum que idosos se sintam como se estivessem ‘cozinhando por dentro’, um conceito que a gente chama de ‘intermação’. Isso acontece quando há um aquecimento do corpo e ele não consegue dissipar esse calor, levando a uma situação de hipertermia, que é quando aumenta a temperatura, não por febre, que é uma reação do corpo, mas por um problema de falta de reação corporal”, pontuou o geriatra Paulo Camiz.

Por outro lado, eles sentem menos vontade de consumir água – mesmo quando o organismo necessita. Para estimular a hidratação, os especialistas recomendam diversificar as fontes de líquidos, apostando em água saborizada, sucos leves, chás frescos e água de coco. Outra dica é garantir que garrafas e copos estejam em lugares visíveis e fáceis de acessar.

O que fazer em caso de emergência?

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo faz as seguintes recomendações para atendimentos iniciais de urgência:

  • Levar a pessoa a um espaço arejado protegido do sol;
  • Oferecer água, caso a pessoa esteja consciente e falando;
  • Usar uma toalha molhada com água fresca ou gelada e posicioná-la na testa e no tronco. É importante deixar o rosto livre para facilitar a respiração;
  • Em caso de desmaio, não oferecer líquidos e procurar o serviço de urgência/emergência o mais rápido possível. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) também pode ser acionado pelo número 192.

Fonte: Estadão