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Criminosos invadem contas do INSS com curadores falsos e desviam aposentadorias de idosos no Brasil

INSS – Foto: rafastockbr/shutterstock.com

Criminosos exploram brechas no sistema digital do Instituto Nacional do Seguro Social para cadastrar representantes legais inexistentes e desviar valores de benefícios previdenciários. Aposentados e pensionistas relatam perdas financeiras imediatas após receberem comunicações falsas sobre alterações em senhas. Esse tipo de fraude ganha força com a venda de dados pessoais no mercado negro, facilitando acessos não autorizados a plataformas oficiais.

Vítimas descobrem o problema ao tentar movimentar suas contas bancárias, encontrando bloqueios inesperados. Especialistas em direito previdenciário alertam para a necessidade de verificações mais rigorosas em cadastros digitais. O esquema afeta milhares de segurados em diferentes regiões, com relatos concentrados em capitais como Rio de Janeiro e São Paulo.

  • E-mails falsos simulam notificações do INSS sobre mudanças em senhas presenciais;
  • Invasores alteram status do beneficiário para “incapaz” no sistema;
  • Transferências ocorrem para contas controladas pelos fraudadores em poucas horas;
  • Reversão exige boletim de ocorrência e intervenção judicial.

Mecanismo da fraude no cadastro de procuradores

Fraudes com curadores falsos começam com a invasão de contas no portal gov.br, que concentra serviços essenciais do governo federal. Criminosos anexam documentos adulterados, como sentenças judiciais com erros evidentes, para registrar um representante legal fictício no aplicativo Meu INSS. Esse procedimento transfere o controle total dos benefícios para o golpista, impedindo o segurado de acessar ou alterar informações.

O processo dura minutos para os invasores, mas semanas ou meses para as vítimas recuperarem o acesso. Relatos indicam que os fraudadores usam listas de beneficiários vazadas para personalizar abordagens, aumentando a credibilidade das mensagens iniciais. Bancos e agências do INSS confirmam o crescimento de casos semelhantes nos últimos meses.

Advogados especializados destacam que a legislação permite representantes em situações de incapacidade comprovada, mas o sistema aprova cadastros sem checagem aprofundada de autenticidade. Isso expõe vulnerabilidades em protocolos de segurança digital adotados desde 2023.

  • Documentos falsos incluem timbres de tribunais inexistentes;
  • Nomes de juízes fictícios aparecem em sentenças anexadas;
  • Alterações bancárias ocorrem imediatamente após o cadastro;
  • Vítimas enfrentam retenção de pagamentos por “medidas de segurança”.

Relatos de vítimas e perdas financeiras

Uma aposentada de 61 anos no Rio de Janeiro percebeu o golpe ao tentar acessar sua conta bancária pelo aplicativo, encontrando uma mensagem de que não possuía saldo ou vínculo. Ela havia recebido e-mails simulando o INSS sobre visitas à agência em seu nome. Ao investigar, descobriu uma procuração ativa para uma pessoa desconhecida, registrada semanas antes.

O valor de seu benefício, depositado no dia previsto, ficou retido, exigindo recadastramento com biometria facial. Apesar da reversão rápida após boletim de ocorrência, uma quantia de quase R$ 74 foi desviada. Funcionários de bancos relatam multiplicação de incidentes, com casos cruzando estados, como procuradores cadastrados em Santa Catarina para vítimas no Rio.

Pensionistas em São Paulo descrevem situações semelhantes, com transferências para contas em nomes falsos logo após o cadastro fraudulento. O impacto vai além do financeiro, gerando constrangimento em atendimentos presenciais, onde os idosos são questionados sobre sua capacidade mental.

Outros beneficiários em Minas Gerais e Bahia enfrentam atrasos em pagamentos, forçados a recorrer a familiares para despesas básicas. Esses episódios destacam a dependência de sistemas digitais para idosos com menor familiaridade tecnológica.

Posicionamento oficial do INSS sobre procedimentos

O Instituto Nacional do Seguro Social afirma que o cadastramento de procuradores segue regras estritas, exigindo documentos de identificação e termos de representação em canais oficiais. Denúncias de inclusões indevidas devem ser reportadas imediatamente para exclusão e apuração via canal Fala.Br. O órgão enfatiza que todas as queixas recebem análise detalhada para correções e aprimoramentos nos fluxos.

Representantes legais são permitidos apenas em casos comprovados de incapacidade, com validação de documentos judiciais. O INSS registra aumento de 40% em relatos de fraudes digitais nos últimos seis meses, atribuído a vazamentos externos de dados. Medidas recentes incluem alertas automáticos em acessos suspeitos e parcerias com a Polícia Federal.

Funcionários do instituto orientam beneficiários a monitorar extratos mensais no Meu INSS para detectar alterações precoces. O procedimento de denúncia garante anonimato opcional, mas acompanhamento para usuários identificados.

  • Canais oficiais incluem site, aplicativo e telefone 135 para verificações;
  • Apurações envolvem cruzamento de dados com tribunais para autenticidade;
  • Melhorias em protocolos digitais estão em fase de implementação;
  • Vítimas recebem suporte prioritário em agências presenciais;
  • Relatórios anuais de fraudes são publicados para transparência.

Estratégias para identificar e bloquear invasões

Segurança reforçada começa com a ativação de autenticação de dois fatores em contas gov.br, que protege contra acessos remotos não autorizados. Beneficiários devem evitar cliques em links de e-mails não solicitados e verificar alterações diretamente no portal oficial. Atualizações regulares de senhas fortes, com combinação de letras, números e símbolos, reduzem riscos de quebra.

Idosos isolados beneficiam-se de orientações familiares para configurações iniciais de aplicativos. Bancos oferecem alertas por SMS sobre movimentações incomuns, permitindo intervenções rápidas. Especialistas recomendam o uso de antivírus em dispositivos conectados ao Meu INSS.

Campanhas educativas em agências do INSS distribuem materiais impressos sobre sinais de fraude, como notificações inesperadas sobre senhas. Parcerias com entidades de defesa do consumidor ampliam o alcance dessas ações preventivas.

  • Ative notificações push para logins em novos locais;
  • Monitore histórico de acessos no painel de segurança do gov.br;
  • Evite compartilhamento de dados em sites não oficiais;
  • Realize recadastramento biométrico em agências para maior proteção.

Expansão do golpe em diferentes regiões

Casos do falso curador se espalham por todo o território nacional, com picos em áreas urbanas de maior densidade de beneficiários. No Nordeste, relatos de invasões em contas de pensionistas rurais crescem, explorando menor acesso a suporte técnico. Criminosos operam de forma coordenada, usando redes para distribuir dados roubados.

Em capitais do Sul, como Porto Alegre, agências bancárias registram dezenas de queixas semanais, com desvios variando de R$ 50 a milhares de reais por vítima. O esquema evolui com técnicas de phishing mais sofisticadas, imitando layouts oficiais do INSS.

Investigações policiais identificam células criminosas em São Paulo e Rio, com prisões recentes de indivíduos envolvidos na falsificação de documentos. A cooperação entre estados acelera o mapeamento de padrões, facilitando bloqueios preventivos.

Beneficiários em áreas remotas enfrentam desafios adicionais, como deslocamentos longos para registros de ocorrência. Redes de apoio comunitário surgem para auxiliar na navegação digital segura.

Medidas judiciais e recuperação de valores

Processos judiciais para exclusão de curadores falsos avançam em varas previdenciárias, com decisões favoráveis em até 30 dias para casos documentados. Tribunais exigem provas como boletins de ocorrência e extratos de acesso irregular. Advogados indicam que liminares suspendem transferências pendentes durante a análise.

Recuperação de valores desviados envolve ações de ressarcimento contra bancos e o INSS, com prazos de até 90 dias para reembolso integral. Vítimas contam com defensoria pública gratuita em situações de baixa renda.

Órgãos de controle monitoram fluxos financeiros para rastrear contas receptoras, resultando em bloqueios de ativos fraudulentos. Relatórios trimestrais detalham volumes recuperados, ultrapassando R$ 5 milhões em 2025.

  • Liminares judiciais congelam benefícios alterados;
  • Ações coletivas reúnem múltiplas vítimas para agilidade;
  • Defensorias oferecem assessoria sem custo inicial;
  • Rastreamento de IP auxilia em identificações criminais.

Prevenção através de educação digital

Programas de capacitação em centros de convivência para idosos ensinam reconhecimento de e-mails falsos e configuração de proteções. Associações de aposentados promovem workshops presenciais sobre uso seguro do Meu INSS.

Atualizações legislativas propõem autenticação biométrica obrigatória para cadastros sensíveis, em discussão no Congresso. O Ministério da Previdência planeja investimentos em cibersegurança para 2026.

Famílias incentivam verificações conjuntas de extratos, fortalecendo redes de vigilância. Materiais educativos online, acessíveis via QR codes em benefícios, orientam sobre passos iniciais de defesa.

Essas iniciativas reduzem incidências em 25% em regiões piloto, segundo dados internos do INSS. A conscientização contínua transforma usuários passivos em atores proativos contra fraudes.

Fonte: Mix Vale