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Líder do PL chama Moraes de ‘ditador psicopata’ após STF anular decisão da Câmara que preservou mandato de Zambelli

Sóstenes Cavaltante chama Alexandre de Moraes de ‘ditador psicopata’ após anular decisão da Câmara que preservou mandato de Zambelli — Foto: Gabriela Korossy / Câmara dos Deputados e Brenno Carvalho / Agência O Globo

O deputado federal Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, chamou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes de “ditador psicopata”, após a Corte tornar nula a decisão que preservou o mandato de Carla Zambelli (PL-SP). Em vídeo publicado nas redes sociais, o parlamentar afirma que o magistrado não respeita a Constituição e “impõe sua ditadura com morfina” a todos os brasileiros.

Na publicação, Sóstenes também diz que Moraes “manda nos três poderes da República” e que, desta vez, “resolveu atacar a Câmara dos Deputados”.

— O ditador psicopata, que hoje manda nos três poderes da República, resolveu atacar, desta vez, a Câmara dos Deputados, que ontem, pelo seu plenário, decidiu pela manutenção do mandato da deputada Carla Zambelli. Mas essa figura do Supremo Tribunal Federal não respeita a Constituição e impõe, dia a dia, a sua ditadura com morfina a todos nós brasileiros. Triste Brasil, triste democracia —afirmou em vídeo publicado no Instagram na quinta-feira.

Entenda anulação

A Câmara dos Deputados havia decidido, no início da madrugada de quinta-feira, preservar o mandato de Zambelli, condenada pelo STF por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e atualmente presa na Itália. A votação teve 227 votos a favor da cassação e 170 contrários. Como o parecer desfavorável não alcançou os 257 votos necessários, o processo foi arquivado.

Porém, Moraes considerou nula a decisão da Câmara e ordenou a perda imediata do mandato da parlamentar. Também determinou que o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), efetive a posse do suplente Adilson Barroso (PL-SP) em até 48 horas, conforme o artigo 241 do Regimento Interno da Casa.

Nesta sexta (12), os ministros do STF Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Cármen Lúcia votaram para confirmar a decisão. O despacho de Moraes foi apreciado em plenário virtual, em uma sessão extraordinária que foi convocada por Dino, presidente da Turma, após pedido de Moraes.

Segundo Moraes, a deliberação da Câmara dos Deputados, que rejeitou a perda do mandato de Zambelli, “ocorreu em clara violação” à Constituição.

“Trata-se de ATO NULO, por evidente inconstitucionalidade, presentes tanto o desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, quanto flagrante desvio de finalidade”, disse o ministro do Supremo.

O ministro, que é o relator do processo que levou à condenação da deputada, também observou na sua decisão que a votação da Câmara afrontou uma série de julgados do STF sobre o tema, ressaltando que a Corte, desde o julgamento da Ação Penal 470 (o “mensalão”), em 2012, consolidou o entendimento de que parlamentares condenados criminalmente com trânsito em julgado perdem automaticamente o mandato.

Fonte: O Globo