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Ressignificar a Previdência Complementar para que o sistema se torne protagonista para a garantia de dignidade e segurança financeira

A nova gestão da direção da Abrapp para o triênio 2025 a 2027 já está trabalhando com total engajamento desde o início do ano com o objetivo de que o sistema fortaleça seu protagonismo não apenas para os participantes, assistidos e seus dependentes atuais. A proposta é trabalhar para que a Previdência Complementar alcance a máxima relevância na cobertura de benefícios previdenciários e nos investimentos para toda a sociedade brasileira.

“O momento atual requer refletirmos sobre os desafios e as oportunidades do regime de previdência complementar no Brasil. A partir da rica história de avanços e conquistas dessa área, caminho pavimentado, reconhecemos que vivemos em um momento de transformação, impulsionado por dinâmicas demográficas e tecnológicas que exigem uma reinvenção do sistema”, diz Devanir Silva, novo Diretor-Presidente da Abrapp. Essa reinvenção deve ser baseada em três pilares: inovação tecnológica, governança eficiente e inclusão social (fomento).

“A transformação digital é um pilar indispensável para a modernização da previdência complementar. A utilização de ferramentas como a inteligência artificial e plataformas digitais permite não apenas a simplificação de processos, mas também a ampliação do acesso e a melhoria na experiência dos participantes”, aponta Devanir. Ele mostra como exemplos concretos criados e mantidos pela Abrapp, o “Prova Viva”, que integra automação no monitoramento de participantes, e soluções para centralização de dados, que aumentam a eficiência operacional.

Eduardo Lamers. Superintendente Geral da Abrapp, segue na mesma linha de raciocínio. “A inovação tecnológica, por meio da digitalização e da inteligência artificial, tem o potencial de ampliar o acesso e melhorar a experiência dos participantes. A simplificação de processos e a automação de serviços, como no caso da prova de vida digital, mostram como a tecnologia pode tornar o sistema mais eficiente e confiável”, comenta.

Governança e Sustentabilidade – O segundo pilar necessário para que o sistema ganhe protagonismo exige uma gestão robusta que seja o alicerce para a confiança e a credibilidade da previdência complementar. “A transparência e a eficiência administrativa são essenciais para atrair novos participantes e consolidar a base de recursos necessária para sustentar o sistema no longo prazo”, diz Devanir Silva. Nesse sentido, iniciativas como a Resolução Previc nº 23/2023, que consolidou normas regulatórias, representam um marco na busca por maior clareza e previsibilidade nas operações.

Murilo Xavier Flores, Vice-Presidente da Abrapp e Diretor de Relações Institucionais, lembra que a Abrapp tem contribuído decisivamente para o aperfeiçoamento da governança de todo o sistema. “A Abrapp tem tido um papel importante nisso, tanto na interlocução com a Previc, quanto na formação de quadros, com todos os seus treinamentos que vêm sendo feitos”, diz.

Além disso, a Lei Geral de Proteção à Poupança Previdenciária, que é preciso ser levada ao Congresso Nacional, reflete o compromisso do setor em proteger os direitos dos participantes. Essa legislação não apenas fortalece as garantias de transparência e acesso às informações, mas também assegura a proteção contra conflitos de interesse, promovendo uma relação de maior confiança entre as partes envolvidas, explica Devanir.

Inclusão e Fomento – O caráter inclusivo da previdência complementar é crucial para o seu sucesso. Atualmente, mais de 70 milhões de brasileiros em idade ativa não possuem cobertura previdenciária, uma lacuna que precisa ser urgentemente preenchida. “Para isso, é necessário desenvolver soluções acessíveis, como planos simplificados, que atendam trabalhadores informais e pequenos empreendedores”, aponta o Diretor-Presidente da Abrapp.

Parcerias estratégicas entre sindicatos, associações e governos locais são ferramentas importantes para disseminar o conhecimento sobre os benefícios do sistema. Além disso, a educação financeira e previdenciária deve ser uma prioridade desde o ensino básico, incentivando uma cultura de planejamento de longo prazo desde cedo.

Murilo Flores destaca a necessidade de aperfeiçoar a comunicação das propostas para promover o fomento do sistema. “Temos que fortalecer um sistema de marketing e comunicação de altíssimo nível, que traduza a complexidade do mundo financeiro e da previdência para a população, de modo geral”, indica.

Um Compromisso com o Futuro – A conclusão é que a ressignificação da previdência complementar é um compromisso inadiável. “Ao investir em inovação, fortalecer a governança e promover a inclusão, seremos capazes de construir um sistema que não apenas complementa o modelo atual, mas também se torna protagonista na garantia de dignidade e segurança financeira para os brasileiros. Essa jornada requer a colaboração de todos os atores envolvidos, visando transformar desafios em oportunidades de progresso”, conclama Devanir Silva.

Eduardo Lamers destaca que a previdência complementar não é apenas um benefício adicional; ela é um pilar essencial da segurança financeira dos brasileiros. “Nossa missão, enquanto entidade representativa do setor, é impulsionar essa transformação, garantindo que o sistema seja inovador, confiável e inclusivo. O compromisso com essa agenda é inegociável e deve envolver todos os atores do ecossistema previdenciário”, diz.

Murilo Flores reforça a necessidade da atuação institucional da Abrapp junto aos três poderes. “A reforma tributária e as discussões no STF, com todos os embates que tivemos em 2024, a maioria com sucesso para o sistema, demonstraram claramente que a Abrapp e todo o sistema precisam estar bem estruturados no Congresso, estreitado com o governo, mostrar para o Congresso e o governo que a previdência complementar, que precisa se transformar em uma política pública”, afirma.

Para que os objetivos sejam alcançados, Murilo Flores indica que é necessário buscar um grande acordo não apenas na área política, mas também com empresas públicas e privadas, para que ofereçam a seus funcionários a alternativa da previdência complementar.

Por Alexandre Sammogini