No mês dedicado à conscientização sobre a violência contra os idosos, falar de etarismo e violência de um modo geral é uma maneira de tentar informar, ensinar e cobrar mudanças.
Primeiro, definamos o que venha ser o etarismo.
Resumidamente, é o preconceito que se tem em função da idade.
Sendo preconceito, é crime. Um crime que tem como origem a crença de que os idosos são menos capazes e produtivos porque estão velhos.
O etarismo, na maioria das vezes, é velado, mas chega acompanhado de outras formas de violências.
Os idosos já representam 16% do povo brasileiro. Isso quer dizer, 35 milhões de pessoas.
O Brasil ocupa o 6º lugar no mundo em população de idosos, de acordo com a Divisão de População da ONU(Organização das Nações Unidas).
Só perdemos para a China, Índia, Estados Unidos, Japão e Rússia.
É importante frisar que são 35 milhões que pagam impostos e contribuem efetivamente com a economia do país.
Digo efetivamente porque aqueles que não exercem mais atividades remuneradas é porque já trabalharam muito.
Portanto, contribuíram e continuam contribuindo para o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, que é a soma de todas as riquezas do país).
Todavia, em que pese nossa participação econômica e social, a vida não é fácil para uma grande parcela dos que já superaram seis décadas de experiências terrenas.Idosos são frequentemente enganados, desrespeitados e violentados física, material e moralmente em seus direitos.
De modo quase que padronizado, percebe-se uma aversão espontânea, irracional e gratuita de muitos que ainda gozam de certa jovialidade para com quem já envelheceu.
A irracionalidade a que me refiro é a falta de clareza mental de quem não se vê na posição daquele que hoje é idoso.
Em Cuiabá, lamentavelmente, entre janeiro e abril deste ano,730 idosos denunciaram que foram vítimas de crimes de estelionatos e outras fraudes.
No Estado, nesse mesmo período, 2.400 idosos foram vítimas de golpes.
Crimes de injúria, calúnia e difamação somam 170 queixas apenas em Cuiabá.
No Estado, 450 formalizaram reclamações na polícia com as mesmas motivações.
Sabemos que a subnotificação é grande.
Que os índices são a ponta do iceberg de um grande problema vivido pela “terceira idade” em todo país.
Sabemos que grande parte dos idosos é impedida de denunciar ou aceita calada toda forma de violência.
A exploração financeira, por exemplo, é praticada por pessoas que o idoso mais ama, como filho, neto, irmão…
Instituído em 2011, em assembleia-geral da Organização da (ONU), 15 de junho marca o ‘dia D’ da conscientização sobre o direito dos idosos a uma vida digna, com autonomia e sem violência.
A criação da data atendeu ao pedido da Rede Internacional para a Prevenção do Abuso de Idosos exatamente por causa dos altos índices de violência.
No Brasil, o Estatuto do Idoso, a Lei 10.741/2003, estabelece a notificação compulsória de violência contra idosos praticada por serviços de saúde públicos e privados.Isso significa que quando um idoso buscar ou for levado a unidade de saúde com alguma lesão suspeita acionar a polícia torna-se obrigatória.
Além do 190, de emergência da Polícia, há o Disque 100, esse é o número nacional de denúncias, os dois funcionam 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.
