A população brasileira está envelhecendo muito rápido. O censo do IBGE de 2022 revelou que o número de idosos vem crescendo no país, aumentando as necessidades para essa parcela da população.
Atualmente, o desafio não é apenas viver muito, já que a expectativa de vida aumentou, permitindo que as pessoas passem até 1/3 de suas vidas na velhice (dos 60 aos 90 anos). No entanto, o verdadeiro desafio é viver com qualidade. Não basta acrescentar anos à vida, mas sim vida aos anos. Para isso, é importante pensar em estratégias e variáveis que possam contribuir para um ‘viver melhor’, pensando em uma vida com propósitos.
Mas, afinal, o que é propósito de vida?
Propósito de vida é uma variável psicológica associada a muitas possibilidades e benefícios para os idosos. Pesquisas científicas mostram que quem tem um propósito cuida mais da saúde, preserva-se mais, adere melhor aos tratamentos de saúde e evita doenças como depressão e demências. A pessoa passa a se sentir útil e produtiva, aumentando sua motivação para viver.
Devido à importância desta temática, a professora e fisioterapeuta Cristina Ribeiro organizou um livro sobre o ‘Propósito de vida da pessoa idosa’, lançado em Foz do Iguaçu no dia 13 de julho. O livro reúne artigos de vários especialistas em gerontologia (a ciência que estuda o idoso de maneira global, incluindo seus aspectos biopsicossociais), com apresentação de relatos de casos que ilustram como a perspectiva do propósito de vida pode contribuir para a saúde física e mental dos idosos.
É importante destacar que intervenções focadas na melhora do propósito de vida dos idosos podem fortalecer as reservas neurológicas e cognitivas, o senso de controle e competência. Elas podem ser de grande valia para atenuar, postergar e diminuir o ritmo do declínio cognitivo e do desenvolvimento de morbidade e incapacidade na idade avançada.
Outro ponto importante é a atenção das pessoas que convivem com o idoso. Elas devem observar seu comportamento, verificar se está feliz, se tem algo que o motive, algo que deseje, e lembrar que sonhos não envelhecem. Às vezes, o idoso tem um sonho adormecido que agora tem a possibilidade de realizar.
É preciso estimular, perguntar e não achar que é normal da idade a pessoa ficar triste e não querer mais se envolver em reuniões familiares ou participar de encontros sociais. Isso pode ser o sinal do início de uma depressão. A família, os amigos e os vizinhos podem estimular os propósitos de vida dos idosos. Isso fará com que eles voltem a ter ‘brilho nos olhos’, encontrando assim uma nova motivação e incentivo para viver bem e melhor.
Por Louise Freire
