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O Papa e a luta pela dignidade das pessoas idosas

O Papa Francisco, 88 anos, mesmo enfermo (ele recém saiu do hospital Gemelli de Roma com bronquite, que evoluiu para uma dupla pneumonia), tem se destacado como uma voz poderosa na defesa da dignidade da pessoa idosa e na promoção de um envelhecimento ativo e saudável.

Suas mensagens e ações ante os acontecimentos mundiais, como o pesar pelo recente terremoto em Mianmar e na Tailândia e pelos incêndios na Coreia, ressoam com a urgência de construir uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos, especialmente para os mais velhos, como já publicamos em outros momentos no Portal do Envelhecimento.

Ele também vem reconhecendo o papel de alguns profissionais que lutam pela garantia da dignidade da pessoa idosa. É o caso do ativista dos Direitos Humanos da pessoa idosa Crismédio Vieira Costa Neto, de Maceió, idealizador do Movimento Nacional Vidas Idosas Importam, que recebeu uma carta do Vaticano, motivando-o a continuar lutando pela causa. Assim diz a carta:

“É importante que nos unamos e apoiemos as pessoas idosas, aquelas que muitas vezes são esquecidas ou marginalizadas. Juntos, devemos levantar nossas vozes e fazer com que suas necessidades e histórias sejam ouvidas.” 

A carta é um reconhecimento pelo trabalho que o Movimento vem fazendo quanto à promoção dos direitos da pessoa idosa em toda a sua diversidade.

Aliás, em suas homilias e discursos, o Papa Francisco frequentemente destaca a importância de valorizar a sabedoria e a experiência das pessoas idosas, reconhecendo-as como pilares da sociedade e fontes de inspiração para as novas gerações. Em sua mensagem para o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, no ano passado, ele disse:

Deus nunca abandona os seus filhos; nem sequer quando a idade vai avançada e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil. O Senhor não olha para as aparências (cf. 1 Sam 16, 7), nem desdenha escolher aqueles que, aos olhos de muitos, parecem irrelevantes. Não descarta pedra alguma; antes, as mais «velhas» são a base segura sobre a qual se podem apoiar as pedras «novas» para, todas juntas, construírem o edifício espiritual (cf. 1 Ped 2, 5).

Ele critica a cultura do descarte, que marginaliza e invisibiliza os idosos, e convida a uma reflexão profunda sobre o papel da velhice na construção de um futuro mais humano e solidário. De acordo com ele:

“A solidão e o descarte dos idosos não são casuais nem inevitáveis, mas fruto de opções – políticas, econômicas, sociais e pessoais – que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa”.

Fonte: Portal do Envelhecimento