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INSS diminui atendimento presencial mas dobra gasto, aponta auditoria

Uma auditoria interna do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontou que o órgão gastou mais com atendimentos presenciais, apesar de atender cada vez menos beneficiários nas agências. O relatório, que apurou a gestão financeira do instituto até o fim do ano passado, afirmou ainda que o INSS não adequou suas unidades à transformação digital. Procurado, o INSS afirmou que o custo envolve contratos antigos e que vai recompor sua infraestrutura digital.

O custo por atendimento presencial no INSS aumentou de 116% de 2019 a 2023, mas essa modalidade de assistência caiu 61% no período, segundo o documento da Auditoria-Geral do INSS. Nos últimos anos, o governo federal aumentou a prestação de serviços por meio da internet, mais barata do que a presencial, que envolve servidores e prédios públicos, por exemplo.

O relatório mapeou despesas com aluguel de imóveis, manutenção e vigilância, entre outras. Nesses atendimentos ao público, o órgão começa a analisar pedidos de auxílio-doença, aposentadoria e pensão, entre outros benefícios previdenciários.

Em outro trecho do relatório, os auditores afirmaram que os aparelhos de computação comprados pelo INSS em 2022 e 2023, nas gestões Bolsonaro e Lula, não são o suficiente para a demanda das agências.

“O INSS não adequou a infraestrutura de suas unidades considerando os efeitos da transformação digital que trouxeram alterações na dinâmica dos atendimentos prestados à sociedade”, alertou a auditoria.

Procurado, o INSS afirmou: “O INSS vai investir cerca de R$ 150 milhões na recomposição do parque de infraestrutura de atendimento (computadores, impressoras e scanners) nos próximos meses”, acrescentando que tem aumentado a segurança do usuário nos atendimentos digitais.

O custo do INSS é fixo. Não é variável por atendimento. Hoje, o INSS atende mais pelos canais digitais. A conta é mais complexa porque envolve contratos novos e antigos”, afirmou o instituto.

O governo Lula prepara um projeto de lei para que a União receba imóveis do INSS como compensação aos recursos direcionados para cobrir o rombo da Previdência. Atualmente, a União faz repasses em torno de R$ 300 bilhões anuais para quitar o déficit previdenciário.

Fonte: Estadão