
A expectativa de vida em Nova York alcançou 83,2 anos em 2024, o maior índice já registrado na cidade, segundo o Departamento de Saúde e Higiene Mental (DOHMH) na quinta-feira (20). O avanço supera o recorde anterior, de 82,6 anos, mantido entre 2019 e 2023, e reflete uma elevação de 2,5 anos desde 2021, quando o indicador estava em 80,7 anos.
De acordo com o relatório, a redução de 93,1% nas mortes por Covid-19 entre 2021 e 2024 foi decisiva para a recuperação demográfica.
Embora o cenário geral seja positivo, dados oficiais citados em reportagem ABC News mostram que grandes desigualdades raciais e étnicas permanecem entre as principais causas de morte. As mortes por doenças cardíacas e diabetes caíram 3,4%, mas continuam mais frequentes entre afro-americanos não hispânicos. Já os cânceres detectáveis tiveram leve alta de 0,7%, com maior incidência entre mulheres afro-americanas não hispânicas e, no caso dos homens, disparidades ainda mais acentuadas nesse grupo.
O relatório também aponta mudanças em outros indicadores. As mortes por homicídio recuaram 26,4%, embora sigam atingindo principalmente afro-americanos não hispânicos e hispânicos. As mortes por overdose diminuíram 18,2%, mas seguem mais prevalentes entre afro-americanos e latinos. Já o número de suicídios teve queda de 2,3%, com maior incidência entre brancos não hispânicos.
Esses resultados integram o Plano HealthyNYC, criado pela administração municipal para enfrentar doenças crônicas, overdoses, violência e cânceres detectáveis. A política, incorporada à Lei Local 0093 de 2024, determina que a estratégia seja atualizada a cada cinco anos. Segundo o DOHMH, campanhas de vacinação, a distribuição de mais de 300 mil kits de naloxona e 54 mil tiras de detecção de fentanil foram essenciais para reduzir mortes evitáveis, além da atuação de agentes comunitários em bairros prioritários.
As ações também alcançam cuidados maternos. Desde 2021, mais de 20 mil famílias receberam visitas domiciliares de enfermeiras, doulas e assistentes sociais durante a gestação e o pós-parto. A cidade ainda destinou recursos para ampliar centros comunitários e fortalecer a resposta a overdoses em regiões com maior mortalidade prematura, segundo relatório citado pela ABC News.
Apesar do novo recorde histórico, autoridades afirmam que o objetivo central continua sendo reduzir desigualdades estruturais. O prefeito Eric Adams destacou os progressos e afirmou que mudanças de estilo de vida e acesso a ferramentas adequadas “podem melhorar a saúde, a expectativa e a qualidade de vida” dos nova-iorquinos.
Fonte: O Globo





