Em um debate que reforça a urgência de ampliar a proteção e os direitos das pessoas idosas, o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Mato Grosso (CEDEDIPI-MT), Isandir Rezende, destacou a necessidade de ações integradas e do fortalecimento das políticas públicas de combate à violência contra idosos. A palestra, realizada nesta quarta-feira (7) em Cuiabá, durante evento promovido pelo Conselho Regional dos Técnicos Industriais da 1ª Região, abordou os principais tipos de violência enfrentados pelos idosos e as estratégias para combatê-las.
Durante apresentação, o presidente do CEDEDIPI-MT destacou a importância de compreender que a violência contra o idoso vai muito além de agressões físicas. “Abordamos aqui a violência física, psicológica, financeira, negligência, sexual, abandono e a autonegligência. É essencial reforçar que essa violência pode se manifestar de diversas formas, como humilhação, isolamento, manipulação financeira e negligência no cuidado diário”, afirmou.
Rezende ressaltou ainda a necessidade de uma ação coletiva para combater essa realidade. “Fortalecer a rede de proteção aos idosos é fundamental. Devemos criar e consolidar os Conselhos da Pessoa Idosa no nosso estado, ampliar e articular os serviços da rede socioassistencial, de saúde e segurança pública, além de capacitar profissionais para identificar e agir diante desses casos”, explicou.
O advogado ainda enfatizou a importância da conscientização social. “Precisamos combater o etarismo, que é a discriminação por idade, e ensinar a sociedade a reconhecer os sinais de violência, denunciar, e prevenir o isolamento e o abandono. O apoio às famílias e cuidadores é essencial, com programas de suporte psicológico, orientação para cuidadores familiares e políticas de suporte domiciliar. A promoção de Instituições de Longa Permanência para Idosos públicas e comunitárias, com fiscalização ativa, também é urgente”, apontou.
Ao falar sobre as ações necessárias para garantir os direitos dos idosos, Rezende destacou a importância de estruturar um Conselho Estadual com um corpo técnico. “Esse órgão deve ser formado por profissionais concursados de carreira, que possam dialogar e construir políticas públicas eficientes, com participação da sociedade civil. Essa estrutura precisa estar alinhada ao governo, garantindo acesso à saúde, moradia, lazer e acompanhamento, inicialmente na capital e posteriormente expandida aos municípios. É crucial envolver profissionais experientes, acelerar processos e desburocratizar a aplicação de recursos, sempre em parceria com o Estado, formando uma rede de proteção sólida, como um verdadeiro ‘guarda-chuva’ de defesa aos nossos idosos”, refletiu.
O evento integra as ações do Programa de Ações Inclusivas do CRT-01, que tem como objetivo valorizar a diversidade, promover a equidade e fortalecer a representatividade no setor técnico-industrial. A iniciativa visa criar espaços de escuta, visibilidade e reconhecimento para grupos que enfrentam obstáculos no ambiente de trabalho, como mulheres, pessoas idosas, indivíduos com deficiência, comunidades LGBTQIA+ e outros públicos em situação de vulnerabilidade.
O CEDEDIPI-MT reforça ainda seu compromisso em estabelecer parcerias para promover os direitos das pessoas idosas e garantir que suas vozes sejam ouvidas e respeitadas.
