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Presidente do CEDEDIPI-MT defende fortalecimento da proteção do consumidor idoso em fórum sobre os 35 anos do CDC

Debate reforça necessidade de garantir direitos da pessoa idosa, público considerado hipervulnerável nas relações de consumo

O Fórum de Debates “35 Anos do Código de Defesa do Consumidor: Avanços e Desafios”, realizado nesta sexta-feira (19), no Plenarinho da OAB-MT, em Cuiabá, reuniu especialistas, representantes de órgãos de fiscalização e autoridades legislativas. O evento teve como pauta central a avaliação dos avanços promovidos pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC) desde sua criação e os desafios atuais diante das complexas relações de consumo.

Entre os participantes, o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDEDIPI-MT), Isandir Rezende, trouxe ao debate a urgência de fortalecer a proteção do público idoso, considerado hipervulnerável pelo próprio CDC.

“É preciso compreender que o idoso, além de enfrentar os mesmos problemas de qualquer consumidor, está mais exposto a práticas abusivas e golpes que exploram sua fragilidade. Por isso, a defesa dos seus direitos deve ser prioridade, com políticas públicas preventivas, linguagem acessível, fiscalização rigorosa e acolhimento diferenciado. Estamos falando de garantir dignidade, respeito e segurança para aqueles que tanto contribuíram com a nossa sociedade”, destacou Rezende.

Direitos do consumidor e desafios para os idosos

Na mediação do encontro, o coordenador de Fiscalização, Controle e Monitoramento de Mercado do Procon-MT, Ivo Firmo, reconheceu que houve avanços significativos no nível de conhecimento da população sobre o CDC, mas ressaltou que a prática ainda esbarra em obstáculos.

Segundo Ivo, para o público idoso a situação se torna mais grave, dada a condição de hipervulnerabilidade. “Seguimos enfrentando desafios significativos: golpes financeiros, contratos complexos de crédito consignado, vendas enganosas por telefone e internet, e a pressão psicológica em ofertas agressivas. Para superar isso, precisamos investir em educação para o consumo, fiscalização ativa e políticas específicas que reconheçam as fragilidades do idoso”, afirmou.

Propostas legislativas

A deputada federal Gisela Simona reforçou a necessidade de avanços no campo legislativo para reduzir a exposição do consumidor idoso.

“Devemos cobrar das instituições financeiras regras mais rígidas de acessibilidade, aplicativos adaptados e a possibilidade de contratação presencial, se o idoso considerar mais seguro. Também precisamos responsabilizar com rigor as empresas que desrespeitam os direitos previstos em lei”, defendeu.

Para a deputada, a articulação entre parlamento, órgãos de fiscalização e entidades civis é essencial para a atualização constante do CDC. “Saímos deste encontro com propostas para projetos de lei que combatem o superendividamento e reforçam a educação financeira. Nosso papel é manter o CDC como um instrumento vivo de cidadania e justiça social, principalmente para proteger quem está mais vulnerável: os nossos idosos”, concluiu.