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Criminosos usam nome do Sindapi-MT para aplicarem golpes contra idosos

O Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Mato Grosso (Sindapi-MT) alerta a população em geral, e em especial as pessoas com mais de 60 anos, para a ação de criminosos que tem usado o nome da entidade para aplicar um novo tipo de golpe. Conforme o diretor do Sindicato, Isandir Rezende, dois associados do Sindapi sofreram grande prejuízo com o esquema que usa a credibilidade da organização para convencer as pessoas a pagarem falsas dívidas com a Receita Federal.

“Eles – os criminosos – obtiveram acesso a dados de aposentados que estão com ações a receber da justiça, pela revisão do benefício. Pelo WhatsApp, se passando pela assessoria jurídica do Sindapi-MT, os bandidos solicitaram o pagamento de falsos honorários e alvarás para terem liberados os valores a que as vítimas têm direito de receber da Previdência Social. Nós alertamos a todos: o Sindapi-MT não usa esse tipo de contato para resolver questões jurídicas”, explica Isandir.


Isandir Rezende reforça que os aposentados, pensionistas e idosos que têm processos requerendo direitos à Previdência Social (INSS) junto à Justiça precisam ficar atentos para essas abordagens através dos aplicativos de WhatsApp, mensagem e ligações telefônicas. “Sempre que receberem um contato falando que precisam pagar algum valor ou que precisam passar dados de cadastro, bem como se oferecerem qualquer tipo de facilidade para obter ganho de causa nas ações, a nossa orientação é procurar diretamente o Sindapi-MT para checar a veracidade desses contatos. Não pode nunca responder na hora e nem tomar a iniciativa de atender imediatamente o que está sendo solicitado. Essa cautela é indispensável para se evitar esses golpes”, orienta o advogado Isandir Rezende.

Em um dos casos de novo tipo de golpe, a vítima foi a comerciante aposentada Carmelina de Oliveira. Ela contou que na semana passada, recebeu uma mensagem de alguém se apresentando como advogado do Sindapi-MT. Na mensagem, o golpista disse que ela havia ganho o processo que move contra o INSS para receber auxílios retroativos e que ela precisava pagar R$ 4.700,00 de honorários. Sem perceber que era golpe, ela fez o depósito. Em seguida, o mesmo bandido ligou e disse que uma diretora do Banco Central iria conversar com ela e explicar os procedimentos para ela receber os seus direitos.

Na sequência, uma mulher, provavelmente usando nome falso, se apresentou como a tal diretora do Banco Central e disse que ela teria que pagar R$19 mil que seriam referentes a um suposto Alvará de Liberação dos recursos. A vítima então conseguiu o dinheiro emprestado e fez o depósito em uma conta indicada pela criminosa.

Diante da facilidade com que a vítima atendeu aos pedidos dos golpistas, eles voltaram a abordá-la na segunda-feira (08). Desta vez, pediram mais R$ 8 mil.  Só então, diante desse assédio, ela decidiu ligar para o Sindapi-MT e confirmou que estava sendo vítima de um golpe de uma quadrilha criminosa. Orientada pela diretoria do Sindapi-MT, ela registrou na polícia um boletim de ocorrência.

Um outro idoso que caiu no mesmo golpe foi o operador de guindaste Mario Natalício. Aposentado desde 2016, ele também tem uma ação judicial de revisão da aposentadoria tramitando contra o INSS. Os criminosos usaram o mesmo método de abordagem, se fazendo passar por advogada e cobrou dele falso honorário de R$ 4.989,90 reais. Também foi registrado boletim de ocorrência e a polícia está investigando os casos para identificar os donos das contas que receberam o dinheiro destes golpes e os autores e mentores do esquema.

Segundo Isandir Rezende, os golpes aplicados via internet, redes sociais e aplicativos de conversas são uma das mais frequentes formas de violência patrimonial que vitima os aposentados, pensionistas e idosos em todo o Brasil. “O estelionato por meio digital é um crime difícil de punir, difícil de impedir por parte das autoridades. A única forma eficaz de evitar esses golpes é estar sempre alerta e desconfiar de toda mensagem, e-mail e ligação de cobrança que se recebe. O idoso, em especial, deve sempre procurar uma confirmação da veracidade da origem da mensagem, da ligação, do e-mail. Não pode nunca ir seguindo instruções, não pode responder de imediato. Tem que esperar um tempo para poder ligar no banco, ligar no Sindicato, para o advogado, conversar com alguém da família que possa ajudar a entender bem o que significa aquela mensagem, aquela ligação. Em caso de insistência, de pressa de quem ligou ou mandou a mensagem, aí sim é que deve ficar mais atento porque as chances de ser um criminoso tentando dar um golpe é muito alta”, alerta o diretor do Sindapi-MT.