Evento encerra nesta sexta-feira (10) com eleição de delegados para a etapa nacional
Realizada entre os dias 8 e 10 de outubro, em Cuiabá, a 16ª Conferência Estadual de Assistência Social de Mato Grosso encerra nesta sexta-feira (10) consolidando três dias de intensos debates sobre o futuro da política pública de assistência social no estado. O evento é organizado pelo Conselho Estadual de Assistência Social de Mato Grosso (CEAS-MT) e reúne representantes do poder público, trabalhadores, entidades e usuários do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
Com o tema “20 anos do SUAS: construção, proteção social e resistência”, a conferência promoveu reflexões à luz do II Plano Decenal de Assistência Social (2016-2026) e se estruturou em cinco eixos temáticos, abordando desde o financiamento até o papel do controle social na efetivação dos direitos socioassistenciais. Ao final do encontro, será realizada a eleição dos delegados que representarão Mato Grosso na 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, prevista para 2026.
O presidente do CEAS-MT, Adão Benedito da Silva, destacou que o SUAS chega aos 20 anos como uma das principais políticas públicas de garantia de direitos, mas ainda enfrenta desafios estruturais.
“Precisamos buscar caminhos para compreender o SUAS como um sistema único de fato, nos mesmos moldes do SUS. Ocorre que os avanços ainda esbarram na prática assistencialista e no desfinanciamento público, na falta de priorização dessa política como fundamento de justiça social”, afirmou.
Segundo Adão, as discussões desta conferência servirão de base para a construção do Terceiro Plano Decenal de Assistência Social, que deve orientar as ações do setor na próxima década.
“Existe uma clara percepção entre quem atua no SUAS de que houve, ao longo do tempo, um enfraquecimento e fragmentação. Por isso o termo ‘resistência’ é tão simbólico neste momento: trata-se de reafirmar o caráter de Estado dessa política, e não de governos”, completou.
Conselho do Idoso reforça importância do SUAS para o envelhecimento digno
O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CEDEDIPI-MT), Isandir Rezende, participou do evento e reforçou que a política de assistência social é essencial para garantir o envelhecimento com dignidade.
“Ao celebrarmos os 20 anos do SUAS, reconhecemos que houve avanços importantes na consolidação da rede de proteção social, mas também enfrentamos grandes desafios. O envelhecimento da população impõe uma nova agenda de prioridades: precisamos fortalecer os Centros de Referência, capacitar equipes e assegurar financiamento contínuo para programas voltados à pessoa idosa”, destacou.
Sobre o eixo da resistência, Isandir ponderou que o conceito se conecta diretamente à luta por direitos.
“Resistir, neste contexto, é não permitir retrocessos. É garantir que as políticas voltadas à pessoa idosa permaneçam vivas, mesmo diante de cortes orçamentários ou da descontinuidade de programas. A resistência é o que mantém viva a esperança de uma sociedade que reconhece o valor da longevidade e a responsabilidade coletiva de cuidar de quem envelhece”, completou.
