Os presidentes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, e da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Leandro Vilain, tiveram uma reunião hoje com o novo presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Júnior.
As entidades entregaram um ofício ao presidente do órgão pedindo a criação de uma frente de trabalho sobre proteção aos beneficiários, visando a manter um diálogo próximo e colaborativo com o INSS e demais entes envolvidos no processo de consignação de empréstimos a aposentados e pensionistas – crédito com desconto direto em folha.
No documento, as entidades citam algumas medidas que podem colaborar para esse processo de proteção aos beneficiários do INSS, como um sistema de bloqueio de ligações (“Não me Perturbe”), monitoramento de reclamações contra correspondentes bancários e agentes de crédito com sanções em caso de irregularidades (advertência, suspensão e exclusão), e auditorias anuais.
A Febraban e a ABBC também mencionaram a interlocução com a Controladoria-Geral da União (CGU) e fizeram um histórico sobre os debates de medidas para mitigação dos principais problemas relacionados à concessão de empréstimos consignados a aposentados e pensionistas.
Por fim, as entidades reiteraram o pedido de criação de um grupo de trabalho com o INSS e outros órgãos para fortalecer a proteção dos beneficiários e garantir a lisura na oferta de crédito consignado.
Mais cedo, a Febrabran já havia se manifestado sobre o caso de fraude na INSS, argumentando que não é possível relacionar diretamente o aumento da quantidade de concessões de crédito consignado para aposentados e pensionistas do INSS ao crescimento das fraudes, com operações feitas sem autorização dos titulares dos benefícios.
Ontem, Isaac Sidney, presidente da Febraban, havia se reunido com o novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz.
Consignado no radar após fraudes nos descontos
As irregularidades na concessão de empréstimos consignados deve ser uma das próximas linhas de investigação dos órgãos de controle, após a Operação Sem Desconto, que apura fraude em descontos de benefícios para associações e sindicatos.
Os débitos dispararam em 2023 e a maior parte não foi autorizada pelas pessoas atingidas pelos valores descontados.
A Polícia Federal suspeita de um esquema que envolvia o pagamento de vantagens indevidas para dirigentes do INSS.
O esquema levou à demissão do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de outros dirigentes do instituto.
O governo suspendeu descontos e os acordos com as entidades que permitem as cobranças. Os investigadores apontam que houve omissão da direção do INSS no combate às fraudes, além de suspeitas de recebimento de propina.
Fonte: Estadão