
Com o aumento da longevidade e a melhoria gradual da qualidade de vida no Brasil, o país vive um movimento crescente de atenção ao envelhecimento saudável. Em 2026, o número de brasileiros acima de 60 anos deve ultrapassar a marca de 33 milhões, segundo projeções do IBGE.
Este cenário coloca em pauta um tema essencial para famílias e profissionais de saúde, o que realmente significa viver bem a terceira idade hoje?
A resposta passa por mudanças de hábitos, acompanhamento profissional e adaptações na rotina, mas também por um olhar mais humanizado para o idoso. A especialista em Geriatria e Gerontologia Júlia Godoy, reforça que as bases para um envelhecimento saudável são construídas muito antes da dependência chegar.
“Prevenir é o melhor remédio quando se trata de cuidados com os idosos”, afirma.
A prevenção, nesse caso, inclui uma combinação de diversos fatores, como a atividade física regular, alimentação equilibrada, monitoramento contínuo das condições clínicas, estímulos cognitivos e suporte emocional.
“Apesar de parecer simples, colocar tudo isso em prática requer acompanhamento próximo, principalmente para idosos que vivem sozinhos ou que enfrentam limitações físicas e sensoriais”.
Cuidados com a saúde física e mental
A atividade física continua sendo o grande pilar de proteção. Quando bem orientados, exercícios como caminhada, hidroginástica, pilates e treinos de força ajudam a prevenir sarcopenia, melhorar o equilíbrio e reduzir o risco de quedas, uma das principais causas de internação entre idosos.
A saúde emocional, aliás, é um dos pontos mais negligenciados. A solidão e a perda de vínculos sociais são fatores que elevam o risco de depressão, ansiedade e declínio cognitivo.
“Estudos mostram que o isolamento pode ter impacto comparável ao tabagismo em termos de mortalidade. Por isso, a presença constante de um cuidador ou acompanhante se torna decisiva, não apenas para tarefas práticas, mas para o bem-estar emocional”, reforça Júlia Godoy.
O segredo está no dia a dia
Júlia destaca que o cuidado cotidiano com os idosos é tão importante quanto qualquer intervenção médica mais direcionada.
“O olhar atento no dia a dia, alguém que observe mudanças de comportamento, alterações de humor ou sinais sutis de fragilidade faz enorme diferença na saúde do idoso, o modelo de cuidado humanizado é um caminho sem volta, pois atende às necessidades físicas e emocionais de forma integrada”, explica.
Fonte: Gazeta de Pinheiros





