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O segredo da longevidade está nos músculos – E você pode estar fazendo tudo errado!

À medida que a população mundial envelhece, a busca por qualidade de vida na terceira idade torna-se cada vez mais relevante. Um vídeo que viralizou nas redes sociais recentemente ilustra uma senhora de mais de 70 anos levantando pesos na academia, destacando a importância da força muscular para a autonomia na velhice. Essa mensagem ressoa com a abordagem da médica norte-americana Gabrielle Lyon, que defende a construção e manutenção de músculos como chave para um envelhecimento saudável.

Segundo Lyon, a preocupação com a massa muscular vai além da estética. A força física é essencial para atividades cotidianas, como carregar compras ou brincar com os netos, e está diretamente ligada à prevenção de doenças crônicas. A médica, autora do livro “A Revolução dos Músculos”, enfatiza que manter uma boa massa muscular pode ajudar a evitar condições como obesidade, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares, que se tornam mais comuns com o avanço da idade.

Por que a massa muscular diminui com a idade?

A perda de massa muscular, conhecida como sarcopenia, é um processo natural que se intensifica a partir dos 50 anos. Fatores como sedentarismo, dieta inadequada e doenças crônicas podem acelerar essa perda. Lyon destaca que, frequentemente, o músculo perdido é substituído por gordura, o que compromete a força e a mobilidade, além de afetar negativamente o metabolismo.

Nos últimos anos, a atenção dada à obesidade e à perda de peso ofuscou a importância do condicionamento muscular. Lyon argumenta que, na velhice, a falta de músculos pode ser mais prejudicial do que o excesso de gordura. A manutenção de uma boa massa muscular não só melhora a mobilidade, mas também aumenta a queima de gordura, já que músculos consomem mais energia em repouso.

Como os músculos ajudam na prevenção de doenças?

Os benefícios de uma boa massa muscular vão além da mobilidade. Por exemplo, no caso do diabetes tipo 2, músculos mais desenvolvidos ajudam a regular o açúcar no sangue, pois demandam mais energia e, consequentemente, utilizam mais glicose. Além disso, exercícios de força fortalecem o coração, reduzindo o risco de doenças cardíacas.

Outro exemplo é a osteoporose. Durante atividades físicas que envolvem levantamento de peso, os músculos exercem força sobre os ossos, estimulando a remodelação óssea e aumentando a densidade óssea. Isso ajuda a prevenir a fragilidade e as fraturas comuns em idosos.

Como iniciar um programa de ganho muscular na terceira idade?

Gabrielle Lyon sugere que o treinamento muscular não precisa ser complexo para ser eficaz. O importante é estimular o tecido muscular regularmente. Para iniciantes, especialmente idosos, a inclusão de exercícios deve ser gradual, podendo começar com atividades simples, como carregar objetos pesados em casa.

O acompanhamento de um profissional de educação física é recomendado para evitar lesões e adaptar o treino às necessidades individuais. Além disso, uma dieta rica em proteínas é essencial para o crescimento muscular. A ingestão diária recomendada varia entre 1,4 e 2,0 gramas de proteína por quilo de peso corporal.

É tarde demais para começar a treinar?

Lyon defende que nunca é tarde para começar a se exercitar. Embora a perda muscular possa ocorrer rapidamente com a inatividade, os músculos têm uma “memória” que facilita a recuperação da forma física. A médica enfatiza que a atividade física deve ser um estilo de vida, e que mesmo aqueles que começam a treinar na terceira idade podem obter resultados significativos.

Em resumo, a manutenção da massa muscular é crucial para a saúde e a autonomia na velhice. A atividade física regular e uma dieta equilibrada são fundamentais para garantir uma vida longa e saudável. Lyon conclui que, para uma vida plena, é essencial adotar hábitos que promovam a saúde muscular desde cedo, mas sempre há tempo para começar.

Fonte: IstoÉ