
Com a chegada das festas de fim de ano, a mudança na rotina das famílias, o aumento das confraternizações, viagens, circulação de pessoas e estímulos sonoros elevam significativamente os riscos de acidentes envolvendo idosos e animais de estimação, dois dos grupos mais vulneráveis nesse período. No Brasil, estudos indicam que cerca de um terço dos idosos sofre ao menos uma queda por ano, índice que pode chegar a 40% entre pessoas com mais de 80 anos, sendo as quedas a principal causa de internações e lesões graves nessa faixa etária. Ambientes domésticos mais movimentados, tapetes soltos, pisos escorregadios, iluminação inadequada e mudanças repentinas no espaço aumentam o risco de acidentes, especialmente quando associados a fatores como redução do equilíbrio, da visão e da força muscular, comuns ao envelhecimento.
Além dos acidentes domésticos, situações envolvendo animais também merecem atenção redobrada. Um exemplo recente que reforça a gravidade do tema ocorreu em Várzea Grande (MT), neste fim de semana, onde uma idosa de 75 anos morreu após ser atacada por um cachorro no bairro Jardim Costa Verde. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e constatou o óbito no local. O caso está sob investigação e acende um alerta importante sobre a convivência segura entre pessoas idosas e animais, especialmente em períodos de maior estresse, barulho e agitação.
No caso dos pets, pesquisas apontam que mais de 80% dos animais demonstram medo intenso de ruídos altos, como fogos de artifício, muito comuns nas comemorações de fim de ano. Estima-se que 40% dos tutores brasileiros já tenham perdido um animal de estimação em razão do pânico provocado por fogos, quando os pets fogem desorientados, se machucam ou sofrem atropelamentos. O estresse elevado também pode tornar os animais mais reativos, aumentando o risco de mordidas e ataques, principalmente quando há circulação intensa de pessoas desconhecidas ou mudanças bruscas na rotina.
Outro fator de risco recorrente nas festas é o acesso dos animais a alimentos inadequados, como chocolates, uvas, cebola, bebidas alcoólicas e comidas gordurosas, que podem causar intoxicações, problemas gastrointestinais e quadros clínicos graves. Decorações natalinas, fios elétricos e pequenos objetos também representam perigo, podendo ser ingeridos ou provocar acidentes.
A combinação de rotina alterada, excesso de estímulos, ruídos intensos e falta de supervisão cria um cenário propício para incidentes envolvendo tanto idosos quanto animais, muitos deles evitáveis com medidas simples de prevenção. Especialistas recomendam atenção redobrada à organização dos ambientes, supervisão constante de idosos, manejo responsável dos animais, oferta de espaços seguros e tranquilos para os pets e a redução da exposição a fogos e situações estressantes. A prevenção é o caminho mais eficaz para garantir que as celebrações de fim de ano sejam marcadas por segurança, cuidado e bem-estar para todos.
Cuidados com idosos
- Mantenha a casa bem iluminada, principalmente corredores, banheiros e áreas de circulação
- Retire tapetes soltos, fios e objetos que possam provocar quedas
- Evite mudanças bruscas na disposição dos móveis durante as festas
- Redobre a atenção em ambientes molhados ou escorregadios
- Supervisione a locomoção de idosos em casas com muitos visitantes
- Oriente sobre o uso correto de calçados antiderrapantes
Cuidados com animais de estimação
- Ofereça um local tranquilo e seguro durante fogos e confraternizações
- Evite fogos de artifício com estampido e ruídos intensos
- Não ofereça alimentos humanos como chocolate, uvas, cebola, bebidas alcoólicas ou comidas gordurosas
- Mantenha portas, portões e janelas bem fechados para evitar fugas
- Identifique o animal com coleira, plaquinha ou microchip
- Evite que crianças ou pessoas desconhecidas se aproximem do animal sem supervisão
Por Elaine Perassol – via Sorriso News





