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Aparelhos auditivos e implantes cocleares reduzem solidão e podem proteger o cérebro de idosos

Tratar a perda auditiva não é “só” ouvir de novo. Uma revisão sistemática da Universidade do Sul da Califórnia (USC), publicada no JAMA Otolaryngology – Head & Neck Surgery, aponta que aparelhos auditivos e implantes cocleares tornam adultos com perda de audição mais sociáveis, confiantes e menos isolados. O trabalho reuniu 65 estudos, com mais de 5 mil participantes, e avaliou três medidas: qualidade de vida social, “handicap” social percebido (as limitações e frustrações em situações de interação) e solidão.

Os resultados mostram que quem usa dispositivos auditivos consegue participar melhor de conversas em grupo, sente-se mais à vontade em ambientes barulhentos e relata menos barreiras no convívio. Há sinais também de redução da solidão. Entre as tecnologias, os implantes cocleares apresentaram as maiores melhoras na qualidade de vida social — esperado, já que costumam oferecer maior restauração da audição em casos mais severos.

Embora o estudo não tenha medido diretamente efeitos cognitivos, os autores destacam uma possível relação: ao manter o cérebro mais estimulado e a pessoa mais conectada, tratar a audição pode ajudar a preservar a saúde cognitiva. Isso dialoga com uma pesquisa de janeiro de 2024, que encontrou quase 25% menor risco de mortalidade entre adultos que usavam aparelhos auditivos.

O alerta é oportuno: estima-se que 40 milhões de adultos nos EUA tenham perda auditiva, e muitos não se tratam. A mensagem é clara — cuidar da audição melhora a vida social hoje e pode proteger o amanhã.

Fonte: University of Southern California – Health Sciences – via Portal Boa Saúde