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Obesidade no Idoso: desafios, tratamentos e novas perspectivas

A obesidade no idoso é um tema cada vez mais relevante diante do crescimento da população idosa no Brasil e no mundo. Segundo dados recentes, a prevalência de obesidade tem aumentado em todas as faixas etárias, incluindo aquelas mais avançadas. Essa realidade exige atenção especial de profissionais da saúde para compreender os impactos, particularidades e estratégias de tratamento adequadas.

O que é obesidade no idoso?

Em primeiro lugar, a obesidade é definida como o acúmulo excessivo de gordura corporal associado a riscos elevados de adoecimento. No caso dos idosos, o diagnóstico pode ser mais complexo devido às alterações naturais da composição corporal, como perda de massa muscular, redução de estatura e aumento da gordura visceral.

A circunferência abdominal é considerada o método antropométrico mais confiável, embora o Índice de Massa Corporal (IMC) ainda seja utilizado como referência.

Obesidade sarcopênica: um novo desafio

Entre os idosos, ganha destaque a obesidade sarcopênica, caracterizada pela perda de massa muscular associada ao aumento da gordura corporal. Essa condição aumenta o risco de limitação funcional, síndrome metabólica, doenças cardiovasculares e perda de qualidade de vida.

Portanto, compreender essa relação é fundamental para estratégias de prevenção e manejo clínico.

Riscos e consequências da obesidade no idoso

A obesidade em idosos apresenta efeitos positivos e negativos.

  • Contras: está relacionada a hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, osteoartrose, incontinência urinária, alguns tipos de câncer e risco maior de institucionalização.
  • Prós: curiosamente, a obesidade pode reduzir o risco de fraturas de quadril e osteoporose, condições comuns nessa faixa etária.

Entretanto, os efeitos negativos costumam superar os benefícios, reforçando a importância do acompanhamento médico.

Tratamento da obesidade no idoso

O tratamento deve ser individualizado, seguro e acompanhado por equipe multiprofissional, incluindo médicos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos.

1. Mudança de estilo de vida (MEV)

  • Dieta equilibrada e hipocalórica (redução de 500–750 kcal/dia);
  • Exercícios físicos leves a moderados, com atenção à preservação da massa óssea e muscular;
  • Técnicas comportamentais para adesão ao tratamento.

2. Tratamento farmacológico

Alguns medicamentos como, por exemplo, orlistate e agonistas de GLP-1 (liraglutida, semaglutida) podem ser prescritos em casos selecionados. Acima de tudo, é importante monitorar os efeitos colaterais e considerar as comorbidades comuns em idosos.

3. Cirurgia bariátrica

Embora pouco estudada nessa população, pode ser indicada em idosos com IMC ≥ 40 kg/m² ou ≥ 35 kg/m² com comorbidades graves, desde que avaliado o risco-benefício. Estudos mostram eficácia na perda de peso, mas com maior risco de complicações pós-operatórias.

A obesidade no idoso é uma condição complexa que exige avaliação criteriosa, estratégias seguras de tratamento e acompanhamento contínuo. Enquanto isso, mais do que reduzir peso, o objetivo deve ser promover qualidade de vida, autonomia e longevidade saudável.

Fonte: IEFAP