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Isolamento em idosos pode estar ligado à perda auditiva

Você já percebeu algum idoso da sua família mais calado, distante ou evitando conversas em grupo? Em muitas situações, isso não é desinteresse nem tristeza — é baixa audição, uma condição comum e muitas vezes silenciosa que pode levar ao isolamento social, perda de autoestima e até quadros depressivos.

O alerta é do otorrinolaringologista Waldecir Veni Sacchetin, professor da Fameca/Unifipa, que atende diariamente pacientes idosos e reforça a importância da escuta atenta das famílias.

“Infelizmente, é muito comum que a perda auditiva seja vista como algo natural da idade e, por isso, negligenciada. Mas quando o idoso começa a se afastar de conversas ou se cala durante encontros familiares, isso pode ser um sinal de que ele não está ouvindo bem e está se sentindo desconectado”, explica o médico.

Segundo dados da OMS, mais de 60% das pessoas com mais de 65 anos têm algum grau de perda auditiva, e menos da metade busca avaliação médica.

“Muitos pacientes chegam até nós trazidos pelos filhos ou netos, depois de meses de mudanças sutis no comportamento. O idoso começa a evitar telefonemas, desiste de rodas de conversa, e a família acha que é ‘coisa da idade’”, relata Sacchetin.O médico orienta que os primeiros sinais de perda auditiva podem ser sutis, como aumentar muito o volume da TV; pedir para repetir com frequência; responder “errado” em conversas; e se isolar em eventos sociais ou familiares.

“Quando o idoso para de participar da vida em grupo, isso impacta diretamente sua saúde mental. A audição é um elo fundamental com o mundo”, afirma.

O QUE FAZER?

A orientação do especialista é não esperar o quadro se agravar. A avaliação otorrinolaringológica com exame de audiometria pode identificar o grau da perda e as melhores opções de tratamento, que vão desde acompanhamento clínico até o uso de aparelhos auditivos.

“Cuidar da audição é também cuidar do afeto, da convivência e da dignidade. Em muitos casos, com o tratamento adequado, o brilho nos olhos volta junto com o som das palavras”, pontua.

Fonte: O Regional