Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, celebramos as conquistas e desafios enfrentados pelas mulheres em todas as etapas da vida. Em especial, as mulheres na terceira idade merecem um olhar atento e ações que promovam seu bem-estar. O Censo Demográfico 2022 do IBGE revela um contingente significativo de 17.887.737 mulheres com 60 anos ou mais no Brasil, representando 55,7% da população idosa.
Esse número evidencia a necessidade urgente de se discutir os desafios específicos enfrentados por esse grupo. O envelhecimento populacional demanda uma sociedade que respeite os direitos das pessoas idosas, garantindo sua inclusão e participação plena.
No entanto, muitas mulheres idosas enfrentam obstáculos que se somam às dificuldades inerentes ao envelhecimento, como o acesso limitado a serviços de saúde de qualidade, incluindo cuidados específicos para as necessidades femininas na terceira idade. A vulnerabilidade financeira, decorrente de aposentadorias insuficientes e dependência financeira de familiares, aumenta a probabilidade de pobreza e exclusão social. Além disso, a violência contra a mulher persiste na terceira idade, manifestando-se em formas como violência financeira, negligência e abuso psicológico.
Segundo o presidente do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Mato Grosso (Sindapi-MT), Francisco Delmondes Bentinho, é nesse cenário que se destaca a necessidade urgente de políticas públicas que revertam essa injustiça. “Precisamos, urgentemente, construir uma sociedade mais justa e inclusiva, onde a contribuição inestimável das mulheres idosas seja reconhecida e valorizada, não apenas em palavras, mas em ações concretas. Isso significa garantir o acesso a serviços de saúde adequados, aposentadorias dignas, proteção contra a violência e a plena participação social dessas mulheres, que tanto contribuíram e continuam contribuindo para a construção da nossa história”, ressaltou Bentinho.
Ao longo de suas trajetórias, elas enfrentaram e enfrentam barreiras sistêmicas no acesso à educação, ao mercado de trabalho formal e remunerado, e a oportunidades de ascensão profissional, resultando em menor acumulação de recursos financeiros para a velhice. A dupla ou tripla jornada de trabalho – conciliando responsabilidades domésticas, cuidados com a família e atividades remuneradas – compromete a sua saúde física e mental e limita a sua participação social plena.
Para o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa de Mato Grosso (Cededipi-MT), Isandir Rezende, a sociedade precisa reconhecer o envelhecimento como um processo natural e garantir a igualdade de direitos para homens e mulheres idosos. “Precisamos debater políticas públicas eficazes para promover a inclusão e o bem-estar das mulheres idosas. Neste Dia Internacional da Mulher, a luta pelo reconhecimento dos direitos da mulher idosa passa pela garantia de uma aposentadoria digna, acesso à saúde de qualidade e combate à violência e discriminação”, pontou Rezende.